Colônia Zanganeira, O que é e como corrigir?

 Zanganeira é uma colônia sem rainha e sem condições de criar uma nova rainha, e nessa condição temos uma operária fazendo postura de ovos não fecundados, que darão origem apenas a machos - zangões.

Divisão em época errada, estresse da princesa por excesso de inspeção do meliponicultor, princesa fez voo nupcial e não retornou, demora para nascer nova princesa tendo como principal causa a divisão com discos “verdes”. Estes são os principais fatores para que esse problema seja observado. Entretanto, existem outras espécies que geram rainhas através de realeiras e que necessitam de maiores cuidados. Falaremos delas mais adiante.


Características de uma colônia zanganeira:

Nascem todas as crias e a colônia não tem postura nova. Cerca de um mês depois começam a surgir células de crias em blocos mal definidos, geralmente retangulares, não formando círculos e também apresentando o nível superior irregular.  A postura dessas células foi feita por abelha operária, uma vez que está demorando muito a nascer princesa. Abelhas operárias não copulam com zangões, portanto, não têm espermateca com espermatozoides para fecundar seus ovos. Sendo assim, todas as crias que nascerem serão zangões. Daí a expressão zanganeira. Os zangões não coletam alimento e logo a colônia definhará. 


Como reverter a situação

Precisaremos de uma outra colônia da mesma espécie que possa fazer a doação de um disco nascente. Ou seja, um disco que já iniciou o nascimento das abelhinhas. 


Devemos retirar os pequenos aglomerados de ovos de zanganeiras e adicionar o disco de crias. 



Atenção: esse disco só deverá ser retirado da caixa doadora no momento da doação para evitar perda de temperatura e morte das crias. 

Verifique se a colônia dispõe de mel e pólen. Se não, faça a reposição. 

Alguns criadores colocam a metade de uma cebola de cabeça dentro da caixa horas antes de adicionarem o disco de crias. Essa prática tem como objetivo mascarar os cheiros existentes na colônia de forma a proporcionar a aceitação dos favos de crias que vieram da colônia doadora. A cebola deverá ser retirada antes de adicionar o disco de crias. 

Na maioria dos casos esse manejo resolverá, mas existe a possibilidade de todas as princesas que nascerem deste disco, também serem sacrificadas pelas operárias. Nesse caso, deveremos aguardar algumas semanas até completar o ciclo de vida da maioria das abelhas para reduzir o número de operárias para cerca de 20 indivíduos e repetir a operação. Isso porque algumas colônias com grande número de operárias tendem sempre a rejeitar as novas princesas. 


O que devemos fazer para prevenir esse problema? 

Evitar fazer divisões em épocas muito frias e só fazer divisões com discos nascentes, pois nessas condições esses discos disponibilizarão princesas diariamente aumentando bastante as chances de sucesso. 


( Colônia com discos regulares, postura com uma bela rainha nova! )


Diferença entre uma princesa (à esquerda) e uma operaria (à direita)

As trigonas como a jataí, mocinha branca, marmelada e outras, criam suas princesas em células especiais chamadas realeiras e que, geralmente, estão disponíveis em número bem reduzido na borda dos favos. Na maioria das vezes cada discos contém apenas uma realeira e isso requer maior atenção tanto na hora de fazer a divisão quanto na recuperação se for o caso. O meliponicultor deverá certificar-se de que o novo favo contém uma realeira de onde emergirá uma nova rainha.

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